sábado, 22 de agosto de 2009

Mas pega fogo... Coloco lenha então!!!

Queridos leitores, não estranhem o título desta postagem. Ela é apenas oriunda da empolgação que me “acometeu” nosso colega Rosalvio, cujo manifesto sobre o “Curso de Especialização à distância em Gestão de Bibliotecas Escolares” na UFSC para bibliotecários e professores deu “pano pra manga”. A quem ainda não teve acesso ao texto, queira solicitar através de comentário que encaminho, e tirem suas próprias conclusões.
O motivo para tanto alvoroço na classe, que começou em Santa Catarina e se espalhou pelo Brasil, foi o fato de tratar do antigo conflito entre bibliotecários e professores em bibliotecas escolares. Além disso, também se observa a presença de um assunto já discutido nesse espaço, a desregulamentação da profissão.
Sem ater à minha opinião, deixo aqui fragmentos de palavras acaloradas do prof. Dr. Francisco Chagas de Souza, e também do colega Rosalvio, a respeito do curso de especialização, através do grupo de discussão que participo.
Após Rosalvio se colocar totalmente contra o fato de o curso de especialização aceitar professores, através de manifesto enviado por e-mail, Francisco emitiu um texto na lista de discussão da ACB, cujos fragmentos seguem:
[...] E esses esforços devem ser feitos de modo a que direitos conquistados pela sociedade e pelas profissões sejam preservados e que novos benefícios possam vir a ser conquistados para ambas as partes. Esse é o horizonte do Curso em questão. Assim, por quaisquer ângulos que se
queira ver: social, educacional, econômico, político ou jurídico, o Curso de Especialização a distância - Gestão de Bibliotecas Escolares É LEGAL.
De acordo com suas atribuições dadas legalmente, cabe a UFSC capacitar pessoas nas condições que suas fontes de financiamento assegure e, por ser uma Instituição pública seu ensino deve ser gratuito! O Curso é Gratuito!
Dentre os níveis de ensino possíveis a UFSC oferece a pós-graduação lato sensu. O Curso é de Pós-graduação! A quase totalidade das bibliotecas escolares em Santa Catarina não dispõe de bibliotecários graduados em nível superior. Mas aquelas que dispõe desses profissionais podem estimulá-los ao aperfeiçoamento. As escolas que não contam com a atuação de bibliotecários graduados em nível superior em sua biblioteca, mas se professores, podem estimular esses professores a participar do Curso desde que tenha o nível superior. O Curso vai pós-graduá-los e não profissionalizá-los. E indiretamente vai estimular as escolas a colocar nas suas bibliotecas bibliotecários graduados em nível superior, pois que o custo salarial do professor tende a ser igual ou maior que o do bibliotecário. Esse aspecto deve ser considerado!
[...]
Assim, haverá ilegalidade cometida pelo CRB se ele registrar como bibliotecários pessoas que não apresentem diploma de graduação em biblioteconomia, mas apenas de PÓS; haverá ilegalidade cometida pelo CRB se ele fechar os olhos para atuação, como bibliotecários, de professores com ou sem diploma de PÓS; haverá ilegalidade cometida pelo CRB se ele registrar e deixar de cobrar as anuidades dos profissionais de biblioteconomia.
[...]
Assim, não há base legal para se arguir a ilegalidade de funcionamento do Curso de Especialização a distância - Gestão de Bibliotecas Escolares/UFSC.
Att.
Prof. Francisco das Chagas de Souza, Dr.”

Diante do texto, Rosalvio fez suas considerações:
“[...]
Creio que todos poderão tirar suas conclusões depois da leitura. Mas coloco aqui alguns questionamentos:
1- Dá para acreditar que depois de fazer, o curso onde os professores irão aprender matérias específicas da atuação profissional do bibliotecário, esses professores não irão aplicar esses conhecimentos nas bibliotecas de suas escolas?
2- Dá pra acreditar que o curso "indiretamente vai estimular as escolas a colocar nas suas bibliotecas bibliotecários graduados em nível superior, pois que o custo salarial do professor tende a ser igual ou maior que o do bibliotecário"?
3- É de se esperar que uma escola seja "ingênua" a ponto de acreditar que a legislação que rege a profissão de bibliotecário seja suficiente para impedir o exercício ilegal da profissão?
4- É eticamente aceitável (já que legalmente é permitido) que uma escola produza pós-graduados capacitados para certas tarefas e coloque nos CRBs a responsabilidade de "impedí-los" de realizá-las?
5- Qual é o propósito de um curso desses se não é para os egressos atuarem em bibliotecas?
6- Os professores do curso irão esclarecer os pós-graduandos de que não poderão atuar em bibliotecas?
7- Pra que gastar dinheiro público para ensinar conhecimentos que por lei não poderão ser aplicados, exceto no caso do pós-graduado ser bibliotecário?
[...]
Vou dizer no que acredito depois de um curso desses:
- Dentro de pouco tempo teremos professores de escola dando de dedo na cara de bibliotecários se dizendo mais capacitados para o exercício da profissão.
A bem da verdade isso já acontece, mesmo sem o curso.
A UFSC/PGCIN pode estar agindo legalmente. Mas nem tudo que é legal é também moral e ético.
ACORDEM BIBLIOTECÁRIOS!!!
Ter uma profissão é tão importante que, quando se pergunta a alguém sobre o quê, ou quem ela é, sempre responde com o nome de sua profissão.
[...]
Rosalvio”

Diante do exposto, fica aberto à considerações.
A quem ainda desconhece o currículo do curso em questão, favor acessar o site da UFSC, na página do Departamento de Ciência da Informação ((http://www.cin.ufsc.br/ead.php ), para se interar do assunto.
O debate ainda está quente, e parece que inflamará mais. Quem precisar... tem lenha...

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